Resenha: Deixada para trás

Se você acompanha o blog há algum tempo sabe que não é muito comum ver por aqui resenhas dos gêneros suspense, thriller ou terror. Porém a partir de agora isso vai mudar porque sou a nova colunista do Books and Carpe Diem e lerei apenas os livros desta temática (porque eu amo de paixão). Como minha primeira resenha, escolhi a obra “Deixada para trás” do autor Charlie Donlea, publicado no final de 2017 pela Faro Editorial, e confesso que eu estava com as expectativas bem altas devido ao tanto de comentários maravilhosos que ouvi a respeito desta história. Posso dar toda a certeza de que minhas expectativas foram superadas, pois o livro é surpreendente.

Título: Deixada para trás
Autor(a):Charlie Donlea
Editora: Faro Editorial
Páginas: 368
Ano de Publicação: 2017
Gênero: Thriller Psicologico
Nota: 5/5
Obs: Livro cedido em parceria com a editora
Sinopse: Nicole Cutty e Megan McDonald são alunas do ensino médio na pequena cidade de Emerson Bay, Carolina do Norte. Quando elas desaparecem de uma festa na praia em uma noite quente de verão, a polícia inicia uma busca maciça. Nenhuma pista é encontrada e a esperança é quase perdida, até Megan milagrosamente aparecer depois de escapar de um bunker no fundo da floresta.
Um ano depois, o best-seller de sua provação transformou Megan de heróina local para celebridade nacional. É uma história triunfante e inspiradora, exceto por um detalhe inconveniente: Nicole ainda está desaparecida.
A irmã mais velha de Nicole, Livia, é uma perita forense e espera que em um breve dia o corpo de Nicole seja encontrado e entregue a alguém como ela para analisar as provas e finalmente determinar o destino que sua irmã teve. Em vez disso, a primeira pista para o desaparecimento de Nicole vem de outro corpo que aparece no necrotério, de um jovem ligado ao passado de Nicole. Livia vai até Megan para pedir ajuda, esperando descobrir mais sobre a noite em que as duas foram levadas. Outras meninas também desapareceram e Livia está cada vez mais certa de que os casos estão conectados.
Mas Megan sabe mais do que ela revelou em seu livro best-seller. Flashes de memória estão se juntando, apontando para algo mais escuro e mais monstruoso do que sua memória descreve. E quanto mais ela e Livia cavam, mais elas percebem que às vezes o verdadeiro terror está em encontrar exatamente o que você está procurando.

A trama nos apresenta duas garotas, Megan e Nicole, de personalidades extremamente diferentes, que foram sequestradas durante uma festa dos formandos próxima ao lago. Após duas semanas enclausurada, Megan consegue fugir e voltar para sua casa, porém a outra garota não é encontrada. Um ano após seu retorno, pressionada pela mídia e por sua família, Megan lança um livro contando tudo o que lembra sobre seu tempo presa e este logo vira um best-seller. O que ninguém parece se lembrar é que Nicole continua desaparecida, afinal, uma história sem final feliz não é tão interessante quanto à história da garota que conseguiu retornar.

“Todos me conhecem como a garota do meu livro, ou como a garota de antes do sequestro. Não sou mais nenhuma das duas”.

Lívia Cutty, aluna da Residência de Patologia e irmã de Nicole, está mais do que dedicada a se tornar uma médica legista, porque tudo o que ela mais deseja é que o corpo de sua irmã chegue em sua mesa para que ela possa examiná-lo e finalmente descobrir o que aconteceu com ela, e desta forma, dar o fechamento adequado que sua família tanto precisa. 

O que Lívia não esperava é que outro corpo fosse aparecer em sua mesa, o corpo do namorado de Nicole, que aparentemente foi assassinado no mesmo período que a garota desapareceu. Desta forma, Lívia mergulha de cabeça neste mistério, e junto com Megan, começam a investigar o que realmente aconteceu com as garotas naquela noite.

“- O que você encontrou, Megan? O que você ouviu?- Um trem. Ouvi o apito de um trem.”

Este foi o primeiro livro que eu li do autor, e apesar de já ter ouvido falar muito bem de “A garota do lago”, fiquei sem ar. A história nos prende desde o primeiro momento, o autor nos dá pistas do que aconteceu já a partir do primeiro capítulo e pelo menos para mim, todo mundo parecia suspeito (infelizmente eu errei quem era o culpado).

O livro é bem direto, sem enrolação, e extremamente detalhado, especialmente nas cenas que a Dra. Cutty estava fazendo suas autópsias. A sensação que eu tive era de estar dentro da sala examinando os cadáveres junto com ela, e pra quem tem uma imaginação fértil como eu, isso não foi muito legal. 

Lívia, na minha opinião, foi uma das personagens mais bem construídas desde gênero que eu já tive o prazer em ler. Ela é bem completa, corajosa, e acho importante colocar mulheres em papéis de destaque que geralmente são masculinos.

“É isso – Megan afirmou, com perplexidade. – Achei. – Então, ela encarou Lívia. – Eu sei quem me levou Lívia. E foi aqui que ele me manteve.”

A diagramação e capa são lindos também! A capa tem alto relevo, as páginas tem uma gramatura maior, e isso traz uma sensação muito agradável ao leitor. Achei muito bacana a forma como os capítulos foram dispostos também. O livro possui até cor de páginas diferentes, onde as páginas brancas mostram o presente, e as páginas cinza mostram o passado. 

Também é bem interessante o fato de que a história possui pontos de vista diferentes, como Lívia, Megan, Nicole e até o “monstro” (como o culpado é denominado pelo autor). O livro é dividido em partes, e cada uma traz no início uma frase chave sobre o que está por vir.

O conjunto de tudo isto nos traz uma história envolvente, detalhada, empolgante e que eu aconselho qualquer um que gosta de suspense a ler. Eu li extremamente rápido e a cada momento acreditava em uma pista falsa que fazia minha cabeça pensar em mil hipóteses. Portanto meu conselho para você é: Corre logo pra comprar este livro!

Beijos